Pode-se acusar o empresário, advogado, escritor, poeta e pensador Takeyuti Filho, muito provavelmente de ser um dos últimos ideologista de Itapeva – ou de uma série de coisas. Menos de incoerência e de falta de convicção. Takeyuti é, sobretudo, um bicho autêntico, que luta com denodo e rara persistência pelas idéias e ideais que professa, pouco importando quanto isso possa lhe custar. Sempre foi assim e assim sempre será. A perseguição por este ou aquele semanário que por pura falta de profissionalismo não verifica suas fontes, não o deixa assustado.
Takeyuti não acredita mais em promessas, mas como muitos de nós já acreditou em Luiz Cavani. Com ele teve alguma convivência (“muito pouca” faz questão de ressalvar -, “ante as nossas divergências de entendimento político-social”). Por ele, acreditem, até chegou a enfrentar debates e gastou saliva. Admirava-lhe a inteligência, embora sem a sensibilidade social que todo homem publico deve ter.
Mantém grandes amizades dentro do governo atual. Mas quando suas sugestões nas áreas de cidadania e segurança pública frustraram-se diante da burocracia governamental, do caudilhismo do Prefeito como uma segunda natureza e da cegueira social que marca seu espírito de elite, Takeyuti apanhou o boné e voltou à “minerar”, onde é o seu lugar. Cansou-se das “ambigüidades de meios para alcançar fins tão enfáticos nos discursos”.
Hoje, Takeyuti observa a trajetória de Cavani com profilático distanciamento, manifestando-se via internet (www.takeyuti.blogspot.com) para um público restrito e selecionado, quando impossível se tornar conter o ímpeto crítico e a indignação transborda das canaletas. Foi o que fez na semana passada, em uma conversar particular que tivemos, traçou, com fina exatidão, o caráter de nossos governantes “chefe político à moda, aspirante a aristocrata, estudado no direito que não exerce, plumitivo por certificado e planejador urbano por oportunidade (...); para alguns uma fraude populista; para outros um carreirista indiferenciado em interesses e ações político-administrativas, mas sempre alçando sua voz para parecer estadista; e para terceiros um líder natural, porém obsedado pela grandeza e incapaz de confrontar-se, no governo ou fora dele, com pessoas lúcidas e politicamente coerentes, por ter simples complexo de inferioridade”.
Salienta, com conhecimento de causa, que “liderança social algumas pessoas conquistam, com ações econômicas, sociais e políticas ou com fraudes e simulações. Se fosse fácil distinguir esses modos de ação e de representação, estaríamos livres dos escroques e impostores. E dos demagogos e oportunistas”. O combativo Takeyuti não sabe mais onde nos leva a política de Cavani, sua cultura e seu juízo.
Ainda que a sociedade seja essa, a política seja assim, Takeyuti entende que nós temos o dever de perguntar: “Qual a relação entre o discurso cavanista e sua prática governamental?Nós sabemos a resposta, prezado Takeyuti. Mas gostaríamos de ouvi-la da boca do nosso Prefeito. Talvez ele pudesse, também, deixar de destratar a “imprensa séria”, a magistratura, o Ministério Público (tem que explicar a historia das comissões), o Tribunal de Contas e outras instituições que não lhe são submissas e quem sabe? retomar o caminho perdido, se é que um dia teve realmente algum.
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