segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os governistas

Seria injusto não ver no “governismo”, em muitíssimos casos, um cerne de convicção e, até, de vocação. Há pessoas, de esquerda e de direita, que nascem governistas. Assim como há as que nascem para tocar flauta ou, simplesmente, para distribuir cestas – básicas sem o menor critério.

Em Itapeva temos pessoas que gostam de governo e querem servi-lo, embora, como é natural, em troca de compensações adequadas. Houve um tempo em que a ideologia soava forte pelos quatro cantos de pedra-chata apesar dos vícios e limitações impostos pelas circunstâncias a maioria dos partidos.
Essa tigrada serve só para aplaudir e mamar em governos sem compromisso com a verdade, e adoram sentar no sofá de couro do gabinete “real” para fazer o que melhor sabem fazer, aplaudir. Desta vez, é o governo Cavani.

É instigante ver pessoas de discursos ideológicos variados unidos no mesmo entusiasmo de sempre e com a alegria típica de governistas no poder. A esquerda funcionária, então, é comovente. Imaginem a moçada que fala em revolução a fazer piruetas mentais para justificar essa firme adesão ao governo Cavani.

A excitação cívica da moçada a bater palmas para o chefe, a rir quando ele comanda e a se indignar quando ele pede, demonstra a quanta anda a inspiração revolucionária substituída pela vocação funcionária. Mas quem dessa tigrada poderia resistir ao cargo em comissão. Quem se negaria a receber prebendas, benesses e mordomias e, acima de tudo, sentir-se autoridade?

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