terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Tráfico de influências um crime de perigo genérico


Estão todos falando de corrupção – um mal universal, que não afeta apenas Itapeva. Na realidade estamos deixando de atentar o descarado tráfico de influências entre o politico, econômico, o público e o privado que, essa sim, infelizmente esta se transformando em uma imagem itapevense. Meia dúzia de secretários de qualquer governo, de gestores públicos e de empresários que mantém uma relação promiscua com o poder público decidem entre si como é que se vai gastar os milhões recolhidos em impostos pagos por nós.


Desde a compra de um parafuso a aquisição de veiculos, não há orçamento que não derrape largamente, não há negócio que não termine com lucros muito além dos previstos para os contratados e total impunidade para os gestores públicos. Ser contratado atualmente em prefeituras em nosso país é sinónimo de lucro disparado e risco nulo desde que não contrarie o contratante. No meio estão D e E, que funcionam como advogados e jurisconsultos de ambos os lados: tão depressa negociam em nome do estado como em nome do privado com o estado, tão depressa dão pareceres a um como a outro e, não raras vezes, estão dos dois lados simultaneamente, em processos diferentes, caindo assim no famoso patrocínio infiel até a OAB colocar em pratica o código de Ética. Dependendo da necessidade, chegam a produzir pareceres de sentido oposto em casos rigorosamente idênticos, em que só mudou o cliente que servem.


O mal que isto causa não é apenas no desperdício de dinheiro público ou na instalação de uma cultura de impunidade, que desmoraliza a cidade. Este é um dos maiores motivos para o atraso econômico de nosso município.


Me conte onde uma cidade pobre e economicamente estagnada, uma cidade a quem tantos sacrifícios têm sido exigidos em nome do combate ao défice e ao desemprego, pode abrir mão de verbas públicas por falta de competência. Não conheço ainda uma cidade que consiga chegar a algum lugar se não tiver um governo comprometido com projetos sociais e com a transparência.


Estou farto de assistir a este espectáculo decadente e impune, legitimado pelo exemplo que vem de cima, grande parte do país já percebeu que a regra é exigir do estado privilégios e dinheiro fácil. A outra parte, se não acredita nem deseja salvadores, só lhe resta isto: indignar-se e chamar os bois pelos nomes.


A esperança dos criminosos que pensando contar com a inércia e facilitismo, iriam fazer com que estes processos se arrastassem nos tribunais até que eles morram de podridão e esquecimento esta com os dias contatos. Mas não esqueçamos que a existência de um processo não implica em culpa é esperar e confiar no Ministério Público do Estado de São Paulo.

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