Agência Estado.
Uma bate-papo descontraído no Senado, típico das segundas-feiras de plenário vazio, transformou-se em dor de cabeça para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que teve de se explicar ontem durante todo o dia. A proposta de fazer um plebiscito para saber se a população quer manter aberto o Congresso foi duramente criticada até pelo amigo Roberto Freire (PE), presidente do PPS: "É uma asneira golpista vinda de um democrata e homem de bem", reagiu.
Segunda-feira, dialogando no plenário com o colega Paulo Paim (PT-RS), Cristovam afirmou, ao tratar das denúncias sobre os desmandos administrativos e políticos do Senado: "Eu disse, domingo, senador Paim, numa entrevista na rádio, que a reação é tão grande hoje contra o Parlamento, que talvez fosse a hora de fazer um plebiscito para saber se o povo quer ou não que o Parlamento continue aberto. Muitos me criticaram, porque disseram que poderia haver, sim, uma votação propondo fechar. Mas, e se o povo quiser? O nome disso é golpe? Não, o nome disso não é golpe. Pode até ser equívoco, mas não seria golpe."
Cristovam subiu na terça à tribuna para se explicar. A proposta foi feita em meio à polêmica causada por sua emenda à Constituição que prevê a criação de uma bancada de deputados para representar brasileiros imigrantes. Apesar de ter sido aprovada com os votos de 59 senadores, a proposta teve repercussão negativa.
Em apenas 15 dias, o pedetista tornou-se o segundo senador a falar sobre fechamento do Congresso. O primeiro foi Heráclito Fortes (DEM), ao falar de denúncias sobre o Senado. "Não é possível imaginar um futuro sem democracia no Brasil. Não é possível imaginar democracia sem o Congresso. Mas não se enganem: o Congresso não dura para sempre se não tiver legitimidade diante da opinião pública, se não for capaz de virar o centro das aspirações, dos desejos, da pauta do povo", discursou Cristovam.
Ele contou ter recebido dezenas de e-mails - a maioria favorável ao plebiscito. "Não sou favorável ao plebiscito, mas sou a favor de que se discuta o papel do Congresso", disse o pedetista, frisando estar triste com a quantidade de mensagens a favor da consulta. "Os que criticaram o plebiscito me alegraram."
No discurso de cerca de uma hora, Cristovam se disse "defensor do Congresso aberto". "Sou democrata, não preciso passar atestado. Agora, precisamos despertar e abrir as cabeças dos parlamentares de que estamos nos distanciando das aspirações, dos sonhos, do amor do povo e, se esse distanciamento for além de certo ponto, haverá ruptura." A sugestão de plebiscito foi recebida com reservas pelos colegas de Senado. "Isso só pode ser brincadeira", afirmou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Foi uma sugestão infeliz", lamentou o líder do PTB, senador Gim Argello (DF). "Não existe ironia com democracia. Que se conserte o Parlamento, mas não se acabe com ele", reagiu a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
NB: Consertar Senadora? Não há como negar o abismo entre os políticos e a sociedade. Qualquer posição que se tomar, em Brasília, a favor ou contra, carecerá da acolhida popular.
A mudança na política é uma meta em longo prazo. Significa reordenamento nas instituições e redefinição de padrões e valores. Então nobre Senadora petista nos ensine a consertar.
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